sexta-feira, 14 de março de 2014

Porque vi rios em você.

Talvez, certamente, os meus gestos de agora digam o oposto do que eu disse outrora.
Àquela primeira, e deliciosa impressão que tive de você desde o primeiro dia eu quis apagar. Associar você às lembranças de um amor antigo me fez pensar que alimentar alguma coisa seria ver em você alguém que era fruto de minhas fantasias nostálgicas.
Descobri  que não queria, e que certamente se viesse a querer não deveria. Ou seria um sentimento que não está em mim e nem em você? É, talvez. Algo que está em outrem, não é nosso, embora nos envolva; não o é.
O fato é que agora bastou um elemento. Bastaram seus olhos. Seu gosto.
Bastou a simpatia, um gesto cauteloso, uma carona-caminhada.
Bastou apenas a minha sensibilidade de ver um rio em seus olhos. Esse rio que corre dos teus olhos deságua num mar que desconheço, mas desse rio fluem cachoeiras, destas, ao ouvir o som, não resisti.
O som das águas me chama. Não sei a temperatura da água, nem a dimensão dos teus mares, mas quero mergulhar.

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