sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Vislumbre




Vejo cair o amor
vejo sair de mim
um vendaval de flor
que em setembro começou a surgir.

Ainda é primavera 
e eu sou um flamboaint
muita gente me admira
mas me importa apenas
que alguém venha me ver

Eu me mostro pra você
você finge que não me vê, mas olha

Eu quero de você muito mais que um perceber.
Usa o regador que tens
o que está em tuas mãos
e me molha.

Me encharcar com teus abraços é do que preciso
deixar o meu sorriso ser teu.

Queria que a cada pétala minha que cai, 
soasse um grito ao pé do teu ouvido.

E que cada grito, fosse não um estampido, 
mas um gemido
que quando sentido
 fizesse sentido
e te fizesse  meu amor, 
namorado, companheiro,
cúmplice e amigo.
Marido. 

Sobre soluços e soluções



Eu gostaria de encontrar uma solução imediata pra gente.
Você ficaria aqui pra sempre e eu teria você comigo todos os dias.
Poderíamos ainda fazer assim, você se renderia ao que já sente, a gente se amaria e viveria feliz até você ter que ir e decidir me levar contigo, como bagagem e com aliança no dedo.
Esse futuro do pretérito é um indicativo do que pode ser, mas ainda não é.
Talvez não seja e por isso eu prefiro não criar expectativas sobre a gente.
Mas acontece, meu amor, que a paixão mexe tanto com a gente, que fazemos planos sem papel, sem caneta e sem estratégias.
As emoções criam os contornos e entornos de nossas ações.
Tudo que tens visto e que tenho te dito é só ponta do iceberg que há em mim.
Eu na verdade, hoje reconheço que nunca soube o que é paixão.
Certa feita alguém me dissera que quando o grande amor de minha vida chegasse, eu saberia. Que meu coração não se enganaria...
De fato talvez não esteja enganada.
E se estiver?
Nunca gostei de incertezas. E você gosta de surpreender.
Seja como for, eu só te peço meu amor, que se você já souber o que sente, não exite em me amar.


Casos e Acasos #1

Olá tod@s!

Essa é uma nova série de postagens que decidi começar a postar de hoje em diante.
Sempre acabo escrevendo sobre Casos&Acasos, Venturas &Desventuras, sejam elas minhas, seja do que vejo, sinto e observo.

Seja como for, cá vai vindo mais um caso ou acaso como queiram chamar.

Apreciem sem moderação.




No meio do caminho surge um gradil. Em torno dele um muro baixo, pelo qual eu poderia pular sem muitos esforços.
Acontece que estou parcialmente debilitada para correr, pular e ando com dois auxiliadores.
Me sinto como Alice no País das Maravilhas, ou como aqueles dois jovens em Desventuras em série.
Não sei o que tem acontecido comigo ultimamente, mas ao contrário de muita gente que lê para imaginar, eu imagino para poder fazer a leitura do que há em mim.
A leitura que tenho feito de mim me faz perceber que faço literatura até ao me banhar, quando teço minhas mãos pelo corpo, banhando água, espuma e essências em meus poros.
Escrevo-me quando sonho e imagino a gente juntos em lugares que nunca fui e talvez nunca iremos, mas se formos já tenho um roteiro pensado e posso encenar todas as cenas de um bom romance. Eu como protagonista e você como mero coadjuvante.
Eu só penso, aliás pensava em você.
Continuarei pensando, mas agora o que incomoda é o gradil que surgiu no meu caminho.
Você já é paixão, surpresa e surpreendente.
Estás entre o que pode ser e não é, ainda.
O gradil é uma tranca, um portão, um acesso e uma chave.
Envelope que o Carteiro deixou em meu correio.
Envelope aberto.Encoberto de confetes.
Enquanto você não resolve fazer minha festa, dançar a valsa comigo.
Eu faço o meu Carnaval, fora de época, no meu bloco monobloco.
Onde quem sai na rua totalmente despida somos eu, a loucura e a literatura.
Enquanto não houver nós, serei eu e elas.
Serei agente, de tantas gentes.