- Fica online.
- Ok.
Estas foram as palavras, das quais ela passou a se arrepender alguns minutos depois.
Se ela pudesse voltar algumas cenas, desse capítulo ela teria eliminado esse pedido.
A pessoa com a qual ela desejara falar, de fato entrara e até trocara algumas palavras, mas era surda; não. Estivera surda.
Para dramatizar um pouco mais: ficara cega. Aliviando: estivera desatenta.
Naquela noite, o que ela queria era apenas alguém com quem conversar, e procurou a ela.
Aquela que passou a ser alguém com a qual ela gostava de estar. Se tornara sua companheira. Assim ela pensava. Talvez tenha idealizado demais.
Ela nunca perdera esse costume de por obras na sala, sem antes conhecer a vida e obra do autor. Bem, não posso dizer que isso vá lá fazer tanta importância, apenas penso que para atribuir valor e significância a algo que apreciamos e que nos faz bem, devemos ao menos ter algumas informações, para depois tecer considerações.
Talvez estivera comovida e abalada por alguns afetos e pela inteligência, ou seria pelo diferencial da outra?
Não sei.
Mas, ela ficara arrependida. O que deveria ser um desabafo, se tornou um turbilhão.
O desespero se tornou outros.
Agora ela está ao avesso. Trocara as sandálias por luvas.
Sente frio. Quem irá aquecê-la.
Será que esse inverno demora?, ela pergunta. O sol brilha lá fora e ela sente vergonha de sair, pois há um enorme frio em si. Dentro de si.
Ela clama pela sensibilidade que a outra não tivera.
Ela chora, fica insone. Sofre.
Mas, ao fim de tudo ela percebe que não se muda a ninguém, somente a si.
E que exigir dos outros requer acima de tudo que exijamos de nós.
Ela decide viver, e aprende que problemas devem ser resolvidos e não compartilhados.
Entende que as estações da vida, tem tempo indeterminado.
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