sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Escombros

Seria mais um dia, se não fosse aquela sofreguidão noturna que mais uma vez insistia em lhe perturbar.
Ela já não suportava mais tanta solidão, aqueles desejos infindáveis e aquela nostalgia de "não sei quem ou o quê". Ela se sentia só.
Junto com sua solidão e seu ser só, estavam atadas tranças mal feitas, nós no cabelo que há dias não penteava...
Estava se perdendo e perdendo o melhor de si e para si: o amor.
Ela queria gritar, amar, sorrir, ser alguém junto de alguém.
Queria alguém que a ligasse ao fim do dia para perguntar coisas simples.
Ela é simples, ela quer ser amada, desejada.
A vida já maltratara demais essa menina de porcelana paraguaia. Sua vida sentimental... bem, o que é mesmo que estava falando sobre ela?
Nesse frenesi de poeiras cósmicas, onde tateio seus escombros, seus dedos esfolados de tantas solidões dedilhadas, me rasgo com ela e por ela.
A fim de que ela tenha espaço, seja ouvida, lida e percebida.
Ela está entre os escombros, mas já não geme, não chora, não grita...
Ela murmura silêncios em escombros invisíveis.







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